"O mal é superficial"

Leiam o texto que recebi, depois comento.

"“O MAL É UM FENÔMENO SUPERFICIAL”! ATENÇÃO GOVERNANTES DO BRASIL!

          

Trechos do artigo “A filosofia e a máquina de extermínio nazista”, sobre Hanna Arendt. (Globo de sábado 20/07/13 – Caderno Prosa e Verso).

    

1. Respondendo a Samuel Grafton em 1963, Arendt deu a seguinte formulação: “O que eu quero dizer é que o mal não é radical, (...) que não tem profundidade. O mal é um fenômeno superficial (...). Nós resistimos ao mal ao não sermos arrastados pela superfície das coisas, ao pararmos e começarmos a pensar, ou seja, ao alcançarmos uma outra dimensão que não o horizonte da vida cotidiana. Em outras palavras, quanto mais superficial alguém for, mais provável será que ele ceda ao mal.

    

2. Assim, a monstruosidade do extermínio nazista está exatamente no fato dele não ter sido cometido majoritariamente por monstros, mas em grande parte por funcionários modernos e eficientes. Estes incluíam as secretárias que mantinham as fichas dos judeus atualizadas, os policiais que os prendiam, os maquinistas que os transportavam e os químicos que escolheram o gás a ser usado etc. Foi o trabalho destes bons funcionários alemães, franceses, ucranianos, italianos, holandeses e outros que permitiu assassinar tantas pessoas, com o menor custo emocional e material possível e em tão pouco tempo. Eles se igualavam pela ausência de considerações morais sobre suas tarefas cotidianas.""


Este é o trecho do e-mail que recebi do blog de Cézar Maia, político brasileiro, com atuação no Rio de Janeiro.

A idéia trazida com a transcrição coincide com o que penso estar se passando com o povo brasileiro em relação as mais recentes medidas adotadas pelo Governo do Partido dos Trabalhadores na esfera federal, e que podem ser destacadas em três pontos:

1. O ataque à classe médica e a posterior amenização: O mal é tocar na liberdade das pessoas, especialmente aquela que diz respeito à liberdade ao trabalho. O anunciado arrependimento do governo, ainda não concretizado, transformando dois anos de trabalhos forçados em residência, é apenas a superficialidade buscada pelos autores da medida para evitar a resistência e o pensamento reflexivo mais profundo nas pessoas de bem, no entanto despreparadas para enfrentar o mal como fenômeno superficial;

2. O ataque à Constituição Brasileira através da proposta de uma Constituinte exclusiva representa o mal espelhado na possibilidade da transformação da República Federativa do Brasil em um regime bolivariano totalitário de esquerda, exatamente como quer a esquerda brasileira com assento no Foro de São Paulo, grupo este fundado em 1990 por Lula e pelo ditador Fidel Castro. Todavia, a insistência no governo no plebiscito ou em um referendo representa a superficialidade que os brasileiros não conseguirão perceber ou enxergar mal algum, mas que poderá nos conduzir ao fim da democracia formal brasileira;

3. A estatização dos meios de produção e de crédito: Sabe-se que o crédito no Brasil é majoritariamente estatizado através do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal e do BNDES - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (ou seria BNDEX, com o 'X' marcado por Eike Batista, para ficar claro como funciona o financiamento amigo do amigo). Mais de 50% do crédito no Brasil está sendo concedido através de bancos públicos, uma receita macro financeira retirada do pior modelo de governo do século passado. E a indústria brasileira caminha para o completo sucateamento, perdendo competitividade. As exportações brasileiras dependem da necessidade dos nossos bens não processados pelos estrangeiros e a notícia que se tem é que a China já não cresce como antes. O grosso das exportações são de matéria prima e não de produtos com valor agregado. Perdemos muito com isso e ganham nossos 'parceiros' econômicos nesta troca muito desvantajosa para o saudável equilíbrio da balança comercial.

Nestes três pontos, vejo estratégia do governo do PT ao prosseguir na implantação dos planos traçados no Foro de São Paulo contra a soberania dos Países latino americanos. Em todas, o aspecto mais vil foi deixado de lado ou é esmaecido para o grande público como o item referente à economia brasileira. As reformas pretendidas estão tendo um caráter ameno e, notem, estrategicamente palatável ao gosto dos brasileiros avessos ao comunismo e adeptos à livre iniciativa.

Entretanto, do que nos servirá a livre iniciativa prevista numa folha de papel se estiverem efetivamente comprometidos os meios de produção através da burocracia e da corrupção?

Não é a toa que Hugo Chavez pode ainda ser visto em diversos vídeos pela internet falando na 'grande pátria' ou bradando 'socialismo ou muerte!'.

Nestes tempos de ataques agudos à liberdade e à democracia seguidos sempre de posteriores amenizações, vejo o anúncio sobre uma possível redução no número de Ministérios do governo federal do Brasil como mais uma medida SUPERFICIAL para encobrir o mal, bastante visível e portanto bastante perceptível, do inchaço da ineficiente máquina pública.