Desabafo de uma colega sobre a situação da Carteira de Previdência dos Advogados paulistas

"Sou advogada formada em 1977 trabalhando até hoje na expectativa de aposentadoria quando completasse 35 anos de inscrição na OAB, juntamente com 20 anos de contribuição junto ao IPESP.
Vivo sozinha em São Paulo onte atendo meus clientes. Minha família (filhos, irmão e pais) já conseguiram sair da grande metropole (SP) e estão residindo em cidades com melhor qualidade de vida. Minha expectativa seria a aposentadoria pelo IPESP que deveria sair daqui a 3 anos e então me juntar à família para aproveitar um pouco a vida, pois quem advoga com seriedade tem muito tempo para o trabalho e pouco para o lazer junto aos seus.
Hoje tenho 57 anos e na lei antiga, com 60 anos me aposentaria COM SEGURANÇA (veja só o engano) e poderia continuar advogando em local mais tranquilo e também poderia diminuir o volume e ritmo de trabalho.
Hoje me vejo totalmente descrente, sem expectativa de futuro, pois pela nova lei só poderei me aposentar aos 67 anos de idade.
Como pode ser isso? Com certeza a minha saúde não aguenta até lá e também não terei a agilidade e perspicácia necessárias aos advogados que atuam em São Paulo. Esta é uma cidade que amo, mas que cada vez mais exige atenção, desgaste físico e mental.
Qual seria a solução? Aguardar mais 10 anos no mesmo rítmo? O valor da contribuição deverá aumentar.....Será preciso trabalhar mais ainda para conseguir arcar com a despesa extra?
Além disso, do ponto de vista geral seria um absurdo, nós advogados paulistas sofrermos esta "agressão" em nosso direito....Precisamos reverter isso pois para nós a nova lei é uma afronta e total desprestígio da nossa classe. SE FAZEM ISSO COM OS ADVOGADOS CUJA FERRAMENTA É A JUSTIÇA, O QUE NÃO FARÃO COM LEIGOS?
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